O governo, por sua vez, alega que não tem condições de garantir o aumento, pelo menos por enquanto. Culpa a não-prorrogação da CPMF, que permitiria uma arrecadação de cerca de R$ 40 bilhões este ano e que foi barrada no Congresso em dezembro.
Temendo um “apagão jurídico”, a Advocacia-Geral da União entrou na Justiça contra a greve e comemorou, ontem à noite, uma decisão da 16ª Vara Federal do Distrito Federal, que considerou a paralisação ilegal.
Ocorre que a União dos Advogados Públicos Federais do Brasil (Unafe), uma das nove entidades em greve, já havia entrado com uma ação na 17ª Vara Federal do DF. Lá, a juíza reconheceu o direito de greve, apesar de deixar claro que isso não impede o corte de ponto por parte do governo.
Agora o Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidirá qual a vara competente para dar continuidade à novela. Diante desse impasse jurídico, nem grevistas nem governo dão sinais de que abandonarão a briga.
Os advogados públicos federais ganham atualmente cerca de R$ 9 mil líquido por mês. Com o aumento pretendido, o salário pode chegar à R$ 22 mil.
– Aumento para servidor público é uma medida mal vista pela sociedade. Mas trata-se de investimento. Além disso, se ganha mais que o dobro em carreiras que exigem a mesma qualificação-, argumenta Danilo Ribeiro Miranda, presidente da Unafe.