O advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, está tinindo de raiva. Descobriu ontem que cinco ocupantes de altos cargos da AGU aderiram a essa greve da categoria, que abrange 6 mil dos 11 mil advogados. O quinteto, diga-se de passagem, foi nomeado por Toffoli, que pretende dar o troco na traição. A categoria cobra reajuste salarial, prometido no ano passado mas ameaçado agora com a queda da CPMF, que obrigou o governo a sacrificar o aumento do funcionalismo público. Outra grita é contra a ingerência política na transferência de alguns apadrinhados de parlamentares para seus Estados de origem, como denunciou a coluna. Pelo menos dois deputados – Aníbal Gomes (PMDB-CE) e o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) – transferiram, a pedido, advogados da AGU (seus amigos) para Fortaleza e Natal, respectivamente. A grita da categoria é grande, e Toffoli ainda não explicou a ingerência do partido numa questão que cabe ao órgão. Os apadrinhados dos deputados são novatos na Casa. Na canetada da transferência, a AGU, por critérios, deve priorizar os mais antigos. Os deputados furaram uma fila de 100 profissionais à espera de remanejamento.
Toffoli ameaça cortar ponto dos insubordinados. Os advogados lembram que foi Toffoli quem, no Encontro Nacional dos Advogados da União no ano passado, prometera que o reajuste sairia em questão de semanas.